segunda-feira, abril 30, 2012

Aviões da AM e FAP - Douglas C-47 Dakota

O Douglas DC-3, bem como a sua versão militar C-47, foi um marco na história da aviação. Quando se realizou o voo do primeiro protótipo do Douglas DC-3, em 17 de Dezembro de 1935, ninguém imaginaria o sucesso e longevidade deste bimotor, do qual se construíram cerca de 13.000 exemplares, nas versões civis e militares. A Douglas produziu um total de 803 aparelhos de transporte comercial (DC-3) e 10.123 de transporte militar (C-47). A estes há que somar os 485 Showa L2D construídos sob licença no Japão e ainda os cerca de 2.000 PS-84 e, mais tarde, Lisanov Li-2, produzidos na União Soviética.

A história militar do DC-3 teve origem no grande êxito comercial nos EUA, desde o momento do seu aparecimento como derivado dos modelo DC-1 e DC-2, concebido para equipar a American Airlines, que pretendia substituir os obsoletos trimotores Fokker F. VII e biplano Curtiss Condor nas ligações nacionais nocturnas de costa a costa. Até à entrada dos EUA na guerra, em Dezembro 1941, a produção civil totalizou 455 aviões, que equiparam todas as companhias aéreas norte-americanas e uma boa parte das europeias. Já em 1939, o DC-3 tinha atingido o ojectivo de transportar 90% do tráfego aéreo mundial.



A entrada dos EUA na guerra, em Dezembro de 1941, deu um grande impulso no fabrico em série do C-47, com as versões C-47 Skytrain e a C-53 Skytrooper na USAF; e R4D na US Navy. Durante a 2º guerra mundial, o C-47 protagonizou várias acções que passaram à história, nomeadamente a ponte aérea para o Himalaia em 1942, as operações aerotransportadas na Normandia e as operações na frente europeia nos anos 1944 e 1945. O nome "Dakota" foi atribuído aos C-47 da Royal Air Force britânica, que chegou a ter cerca de 2.000 exemplares deste avião.




Quando a 2ª Grande Guerra terminou, quase metade daqueles C-47 foram transformados para uso civil como DC-3 e colocados no mercado, equipando a maior partes das companhias aéreas mundiais. A cessação das hostilidades não acabou a carreira do C-47, que se manteve no activo nas Forças Armadas dos EUA até 1975. A primeira utilização importante do pós-guerra foi durante a ponte aérea de Berlim em 1948, e a última durante a guerra do Vietname.


Metralhadoras.30, que disparavam através da porta de carga e Metralhadora de 7.62 mm.
Nesta última, o velho Dakota mostrou, uma vez mais, as suas grandes qualidades agora como canhoneiro, atributo muito pouco habitual. Em Novembro de 1965, começou a operar como avião de ataque o primeiro AC-47 Gunship (ver fotos acima), também chamado "Puff the Magic Dragon", armado com três metralhadoras Minigun de 7,62 mm. Outras versões foram a HC-47 de salvamento, a RC-47 de reconhecimento, a TC-47 de treino e a EC-47 de contra-medidas electrónicas.



Em Portugal, na Aeronáutica Militar e na Força Aérea Portuguesa, foram utilizados um total de 28 Douglas C-47 e um Douglas DC-3, mais conhecidos por "Dakotas", entre 1944 e 1976.
Três deles foram aviões da USAF, internados após aterragem de emergência em Portugal durante a 2ª guerra mundial, em 1943 e 1944.
O primeiro foi o C-47A-50-DL Skytrain, USAAF s/n 42-24171 e c/n 10033, que em 20-09-1943 aterrou de emergência com o trem de aterragem recolhido num terreno perto do Cabo de S.Vicente, tendo sofrido danos significativos. Transportado para as OGMA em Alverca, demorou muito tempo a ser reparado, por falta de peças. Em Janeiro 1948 foi entregue à TAP onde usou a matrícula CS-TDB. No dia 27-01-1948, num treino de voo nocturno, despenhou-se perto da Costa da Caparica. O avião ficou totalmente destruído e o três tripulantes morreram.

O segundo foi o C-47A-80-DL Skytrain com o USAAF s/n 43-15307 e c/n 19773. Aterrou no aeroporto de Lisboa no dia 12 Abril 1944, com problemas mecânicos. Foi reparada e entregue à AM que o matriculou sucessivamente de D-1, CS-EDA e 250. Recebido da AM em 1952, foi transferido da BA 1 para a BA 4, Lages, ainda nesse ano. Foi mais tarde colocado na Esquadrilha Autónoma de Transportes, instalada no AB 1, Lisboa. No dia 11 Abril 1959, após descolagem de Lisboa com destino a Angola, integrado no Exercício Himba, precipitou-se no rio Tejo, do que resultou a destruição total do avião e a morte de todos os ocupantes.



O terceiro era o C-47A-75-DL Skytrain com USAAF s/n 42-100930 e c/n 19393. No dia 17 de Julho de 1944, quando passava ao largo da costa portuguesa, ficou sem combustível para chegar ao destino, tendo o piloto aterrado o avião num perto do cabo de Sagres, sem sofrer danos. Um piloto da AM providenciou o reabastecimento do avião, que descolou da pista improvisada para Lisboa, onde o avião e a tripulação foram internados. Entregue à AM, recebeu as matrículas D2 e CS-EDB. Cedido à TAP em 1945, foi o primeiro avião desta companhia, tendo usado a matricula CS-TDA.
Em Setembro de 1958 foi cedido à DETA, Moçambique, recebendo a matrícula CR-AGD e o baptismo de "Gorongosa". Em 1971 regressou à FAP como 6175 e colocado na Esquadra 801 do AB 8. No dia 6-05-1974, foi atingido por um míssil terra-ar "Strella", em Vila Cabral, no norte de Moçambique, quando transportava adidos militares. Com um motor em chamas e uma asa seriamente danificada, o piloto conseguiu aterrar em Nacatári, numa pista de recurso nos arredores de Mueda, sem causar vítimas. Após a independência de Moçambique, o avião foi aproveitado para a escola de crianças do aldeamento»

C-47 6164 FAP(Foto de Niklas Lehmann)

C-47 6168 FAP

Dakota CS-TAD, da SATA, nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico.

  
A partir de 1958, a FAP adquiriu 28 aviões "Dakota" procedentes de diversas origens e de vários modelos, nomeadamente da TAP, DTA, DETA, RAAF, USAF e Africa do Sul, os quais foram numerados de 6151 a 6178. A quase totalidade da frota de C-47/DC-3 da Força Aérea Portuguesa, foi composta por Douglas C-47 Skytrain, poucos C-53 Skytrooper e um só Douglas DC-3. Os Douglas C-47 operaram na Guiné, Angola e Moçambique, tendo sido usados em missões de transporte de carga e passageiros, missões de treino e qualificação de tripulações, lançamento de pára-quedistas, ambulância, fotografia aérea, pulverização, busca e salvamento, reconhecimento fotográfico, acção psicológica e até de bombardeamento, como aconteceu na Guiné com os 6151 e 6155.
CR-LDK c/n 12245 da CTA - Consórcio Técnico de Aeronautica, Luanda (foto John Wegg)

CR-LBL c/n 12904, em Luanda (foto de John Wegg)
O balanço após o fim da da guerra colonial, mostra que sete aviões C-47 foram destruídos em acidentes (6150, 6152, 6154, 6165, 6167, 6169 e 6175) e que poucos regressaram ao Continente, tendo alguns ficado nos novos países africanos. O Douglas C-47 matrícula 6157, que foi entregue ao Museu do Ar, onde se encontra em exibição estática, é um Douglas C-47A-80-DL Skytrain, USAF s/n 43-15289A, c/n 19755.

Este C-47 fazia parte dos excedentes da USAF e foi recebido na FAP em 19-05-1961. Inicialmente colocado no AB1, foi depois transferido para a BA1, Sintra, onde foi adaptado para missões de fotografia aérea. A história detalhada de todos os DC-3/C-47 usados na AM e FAP entre 1944 e 1977, foi tratada na revista Mais Alto nº 310 e nº 311, por Mário Canongia Lopes, bem como no livro Aeronaves Militares Portuguesas de Adelino Cardoso.(Créditos: Aeronaves Militares Portuguesas, Revista Mais Alto e AHFA)

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sexta-feira, abril 27, 2012

Antigos Funcionários das OGMA no Facebbok


Por iniciativa de alguns ex-colegas, foi criada uma página no Facebook com o nome ANTIGOS FUNCIONÁRIOS DAS OGMA. Clica no link.

quinta-feira, abril 26, 2012

APOGMA no 25 de Abril


Estabilizador horizontal do A-7P Corsair, oferecido pela APOGMA à cidade de Alverca do Ribatejo, no âmbito das comemorações do 38º aniversário do 25 de Abril. Ver aqui.

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segunda-feira, abril 23, 2012

Fotos do Baú - Album do Eugénio Barros





 


Fotos do Eugénio Barros, referentes a uma comissão na
DOGMA-2 em Luanda, no ano de 1968. Obrigado pelo contributo.

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90º aniversário da 1ª Travessia Atlantico Sul




Para comemorar os 90 anos da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, irá estar patente ao público uma exposição documental e bibliográfica no Museu de Marinha - Pavilhão das Galeotas, de 30 março a 28 de abril, todos os dias, exceto segundas-feiras, das 10 às 17h. Nesta exposição destaca-se o Relatório de Gago Coutinho, registado na Memória do Mundo da UNESCO como Património da Humanidade, em 2011.  Ver mais no site do Museu da Marinha.


Uma excelente e muito completa colectânea de artigos sobre Gago Coutinho e sobre a primeira travessia do Atlantico Sul, pode ser vista no site Gago Coutinho. Basta clicar no link.

Foto da comemoração realizada hoje, 23 Abril 2012, em Belém.


Foto de individualidades presentes. Ver personagens ao fundo.

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domingo, abril 22, 2012

Encontro RR de 21-04-12






























Fotos do nosso encontro de 21-04-12 em Ferreira do Zêzere, enviadas pelo Carlos Neto e João Morgado.