Portão das Águias - III

De fonte fidedigna, chegou-me um testemunho pessoal sobre a questão do "Portão das Águias", que não condiz com a informação dada pelo Gabinete de Relações Públicas da OGMA ao "Vida Ribatejana", do qual me permito citar alguns trechos:

1) Foi a OGMA que em 2008, no ano em que celebrou o seu 90º aniversário e renovou a sua imagem, iniciou o estudo da "questão do portão", tendo sido inicialmente levantada a hipótese de se retirar o portão na sua totalidade e ser colocado noutro local, tal como um "monumento", porque a administração achava que o portão não se adequava à nova imagem, além de dar um imagem "pouco moderna aos seus clientes".

2) Posteriormente, talvez por questões técnicas, começou a ser levantada a ideia de se retirar as águias, porque "era feio" e dava uma imagem muito militar (como se a área de aviação militar, não fosse desde de sempre o seu principal negócio)"

3) Foi portanto a OGMA que mostrou interesse em primeiro lugar em tirar as águias e dá-las à FAP e não o contrário, tendo a pessoa em causa ficado com a ideia de que "a retirada das águias era o primeiro passo para a destruição do portão da OGMA. Primeiro as águias, depois os pilares e depois o portão".

4) Na opinião desta fonte, que partilhamos, "é lamentável e não faz sentido o que fizeram. Destruíram património sem nenhuma razão clara e objectiva. Enquanto em todo o lado, se procura preservar o legado, a história, aqui destrói-se. E porquê? Porque dava uma imagem muito militar e antiquada!!!!"

Independentemente da discrepância entre as versões - na primeira teria sido a FAP a solicitar e nesta foi a OGMA que mostrou o seu interesse em retirar as águias - é um facto incontornável que o "Portão das Águias", construído em 1918. é um simbolo histórico único da Aviação Militar Portuguesa, que deveria ser preservado como património nacional, seja pela Força Aérea, seja pela cidade de Alverca do Ribatejo, cuja história está intimamente ligada às OGMA desde o seu início.

Portão das Águias - II

“Notícia do Jornal Vida Ribatejana de 28 Abril de 2010. Ver mais no Portal de Alverca e no Cidade de Alverca.”

Portão das Águias

De acordo com informação obtida informalmente junto de um elemento da FAP (que carece confirmação oficial), "desde há muito tempo que a Força Aérea tinha vindo a solicitar as águias às OGMA, dado que elas são um simbolo da Aeronáutica Militar, de que a FAP é herdeira.
A OGMA SA cujas instalações são propriedade da OGMA Imobiliária (100% EMPORDEF), resolveu por mútuo acordo e no sentido de manter e incrementar uma relação estreita com a FAP, dar provimento aos desejos manifestados pela FAP. As águias irão assim para a FAP, onde integrarão o seu património e provávelmente, pelo menos uma delas, ficará à entrada do DGMFA em posição de destaque.
É também seu entendimento que desde 1994 as OGMA deixaram de ser uma unidade militar, sendo hoje uma indústria aeronáutica com uma marca de identificação própria, que não passa deste modo pela presença das águias, simbolo da Aeronáutica Militar".

Não obstante a explicação informal deste elemento da FAP (resta saber se a posição é oficial e da hierarquia de topo), é com grande tristeza que constatamos a retirada das águias da entrada da OGMA, que foi executada sem uma simples explicação prévia aos funcionários que por lá passam diáriamente, decapitando o que era um simbolo da Aeronautica Militar, que devia merecer ser conservado como monumento histórico pela FAP e pela cidade de Alverca do Ribatejo.

Portão das OGMA sem águias

É com perplexidade e bastante tristeza que tomei conhecimento da retirada das águias da entrada principal das OGMA, no passado sábado dia 17 de Abril de 2010. Uma empresa que se diz orgulhosa de um passado tão rico e fala em nome da "familia OGMA", seria de esperar que procurasse honrar o seu passado, conservando um dos seus simbolos de referência, que tanto marcou as gerações que lá trabalharam.

Capa da Revista Mais Alto de Abril 1963, mostrando o "Portão das Águias", na hora de saída para o almoço.

Uma das muitas fotos da entrada das OGMA durante o 90º aniversário das OGMA em 2008.

O modelo da águia que serviu para a sua fabricação nas OGMA, no Museu Industrial das OGMA, no hangar de balão.

Fotografia da entrada das OGMA. datada de 1926, publicada no livro do 50º aniversário das OGMA em 1968.

Fotografia da entrada das OGMA. publicada em 1928, no Magazine Bertrand.

Fotos do baú - DOGMA2 - 1968

Figueiredo, Zé Luis, Engº Moura, Moreira, Falcão, Lameira, Caldeira (Chelas) e ____

____, Lameira, Moreira e Figueiredo.
Duas fotos enviados pelo Manuel Lameira tiradas na delegação das OGMA em Luanda em 1968.

Auster D5/160 - OGMA 136

Após 8 anos de trabalhos de restauração, ficou pronto a voar em 2009, o AUSTER D5/160 OGMA 136 ex CR-GAX e FAP 3590. Construido nas OGMA em 1966, esteve ao serviço do Instituto Nacional de Aeronautica Civil na Guiné, tendo sido adquirido em 2001 por Hervé DA SILVA, que o restaurou totalmente, recuperando as cores originais do modelo das OGMA e FAP. O avião agora com a matrícula F-PHSJ encontra-se baseado no aeroporto MORET-EPISY (LFPU) ao sul de Fontainebleau, França. (Crédito e agradecimentos: Hervé DA SILVA)