sábado, fevereiro 28, 2009

Aviões da AM - Avro 631 "Cadet"


Produzido em 1931, o Avro 631 Cadet era uma versão mais pequena do modelo "Tutor" para clubes e uso privado, tendo o primeiro voo do protótipo ocorrido em 14 de Maio de 1932 no aeródromo Skegness. Para avaliação do avião a escolher para substituir os Caudron G-3 e Avro 504-K, foram adquiridos em 1934, um Caproni Ca.100, um Avro 632 Cadet e um DH-82 Tiger Moth, tendo sido este último o escolhido.
O Avro 631 Cadet fornecido à Aeronautica Militar pela A. V. Roe em Junho de 1934, tinha número de construtor "727" e foi matriculado como "501" na Aeronautica Militar. Permaneceu à carga das OGMA durante muitos anos, sendo pintado no esquema de treino em azul e amarelo, como os Tiger Moths e mais tarde do património do Museu do Ar. Era dotado de motor radial Amstrong-Siddeley Genet Major I de 140 CV. Foi colocado fora de serviço em 1952. (Crédito E.M.F.A.)

Suspensos da estrutura de um dos hangares de Alverca, o único Avro 631 Cadet e o DeHavilland D.H.82-A Tiger Moth nº 111, ambos pertencentes ao acervo do Museu do Ar. O Avro 631 Cadet foi preterido pelo Tiger Moth no concurso realizado em 1934, para dotação da Arma com um novo avião de treino elementar. (Crédito E.M.F.A.)



Algumas fotos de Avro 631 e 643 Cadet. (Crédito Avro Aircraft since 1908)

Detalhe do Avro 631 Cadet. (Crédito Avro Aircraft since 1908)

sábado, fevereiro 21, 2009

Despedimentos na Embraer

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Aviões da AM - Avro 548-A

(Este post está em processo de atualização)

Um dos dois Avro 548-A que serviram na Esquadrilha de Observação do G.E.A.R., motivo pelo qual ostentam a faixa diagonal vermelha e o emblema do «diabo com óculo». (Crédito Cor. Pinheiro Correia)
Juntamente com os 30 Avro 504-K recebidos em Maio de 2004, a Aeronáutica Militar recebeu ainda outros dois aviões Avro 504, equipados com motores Airdisco de 120 CV, de oito cilindros em V, baseados no então famoso motor Renault. Esta versão do Avro 504 ficou conhecida pela designação Avro 548-A. Estes dois aviões foram entregues ao Grupo de Aviação de Informação (G.A.I.), Esquadrilha de Observação, tendo sido utilizados até ao ano de 1937.

Avro 548-A da Escola de Aviação Henderson em Croydon, em 1927.

Prototipo do Avro 548-A, durante a sua apresentação em Croydon, em 1922.

Detalhe do Avro 548-A. (Crédito Avro Aircraft since 1908).

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Aviões da AM - Avro 504-K


30 aviões Avro 504-K, equipados com motor Rhône 110 CV, foram encomendados pelo Governo Português através da Vickers Ltd. pelo contrato C.1113/23 de 10 de Novembro de 1923 à A.V.Roe and Co. Ltd em Manchester. Numerados de 1 a 30, foram entregues a Portugal em 20 de Maio de 1924. Detalhes de construção: Série 1-10, British Cs. of A. issued 15.5.24, c/n R3/LE/12065, 12084, 12082, 12167, 12099, 12150, 12235, 12201, 12320, 12218; Série 11-30, British Cs. of A. issued 17.5.24, c/n R3/LE/12116, 12133, 12286, 12269, 12303, 12252, 12337, 12354, 12371, 12388, 12405, 12402, 12439, 12541, 12473, 12490, 12507, 12524, 12456, 12558.
De acordo com a OS nº 46 de 1925 da Inspecção da Aeronautica Militar, a distribuição destes aviões era a seguinte: 14 aparelhos na E.M.A.; 13 na Esquadrilha de Treino e Depósito e 3 na Esquadrlha nº1 de Caça. Do primeiros 504-K recebidos, a Arma de Aeronautica cedeu à Marinha de Guerra três aparelhos, que ficaram sendo os primeiros aviões de rodas da Aviação Naval, servindo, com base em Alverca, para treino de acrobacia dos oficiais do Centro de Aviação Naval de Lisboa. Estes aviões estiveram ao serviço de 1924 a 1937 na Aeronautica Militar e de 1924 a 1933 na Aviação Naval. (Créditos "Avro Aircraft since 1908" e "Aviões da Cruz de Cristo")

O Avro 504-K nº 6 da Escola Militar de Aviação de Sintra, eventualmente o avião do Comando da Esquadrilha de Instrução, por ostentar a faixa diagonal dessa unidade em quadriculado. (Crédito EMFA).

Na foto, o primeiro avião matriculado (nº 29), com alguns pilotos do Centro de Aviação Naval de Lisboa (Bom Suceso) no aeródromo de Alverca. (Crédito Museu da Marinha).

Avro 504-K, Escola Militar de Aviação de Sintra, 1924.


Detalhes do Avro 504-K.

Versões artísticas do Avro 504-K nas revistas Windsock e Modelist-Konstruktor.
Fotos de Avro 504K de 1915 reconstruído, na Shuttleworth Collection.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Aviões da AM - Avro 500 "República"


A 8 de Outubro de 1912, foi desembarcado em Lisboa um biplano Avro 500, baptizado "República", com um motor Gnome de 50 CV, aquirido em Inglaterra por 900 libras, por subscrição aberta pelo Partido Republicano Português. O avião foi recolhido num hangar provisório de lona e madeira, construído no Hipódromo de Belém, ao lado do do "Comércio do Porto", tendo a sua montagem sido feita pelo engenheiro H. V. Roe, sócio da casa construtora de Manchester e pelo mecânico Sayers.
O aeroplano era um biplano tractor, isto é com hélice à frente, no qual a estabilidade é obtida por meio de torção das asas (gauchissement), com um trem de aterragem com duas rodas do tipo Nieuport e dispunha de dois lugares, um à frente e outro atrás. A velocidade de cruzeiro era de 98 kms/h, dispondo também de bom poder ascencional, segundo as indicações técnicas da casa A. V. Roe, cujas primeiras letras formavam o nome Avro. Do auto da entrega do avião, conclui-se que que o total dos donativos se cifrava em cerca de 14 mil escudos, e que com a compra do aparelho e despesas de embarque se dispendera apenas 5490$00, sendo o excedente depositado num Banco à ordem do nosso Exército. O montante atingido, é bastante significativo do carinho com que o País acolheu tão patrótica ideia, nessa época.

Foram efectuados 12 voos pelo piloto inglês Copland Perry: Dia 10 Outubro - 3 voos, dia 11 Outubro - 3 voos, dia 15 Outubro - 2 voos e dia 15 Outubro, dia da entrega oficial ao Governo - 2 voos: 1º voo de 15 m, sem passageiro com altitura máxima de 100 m e 2º voo com tenente de infantaria Florentino Martins, como delegado do Ministério da Guerra, com duração de 10 m. Depois deste voo foi o aeroplano República entregue ao Governo, Batalhão de Aerosteiros da Aeronautica Militar. No dia 17 de Outubro efectou 2 voos, sendo que o 2º voo teria sido o de maior duração efectuado sobre Lisboa e que terminou numa descida acidentada no Tejo. Segue-se a descrição do acidente segundo a revista do ACP: «Às 8h30 da manhã fez-se a largada, indo como passageiro João Calvet Marques da Costa. Algum vento no aeródromo. Travessia do Tejo até Alcochete (700 m), nova travessia sobre a cidade até Alcantara, d'aqui 3º travessia para Costa da Caparica e Trafaria. Em terra tinha-se entretanto levantado grande ventania. A mais de 400 m, quando o aeroplano voava sobre a barra, o motor começou a trabalhar mal, devido ao mau funcionamento de uma válvula; como as falhas continuassem, o piloto desceu em voo pairado de grande altura, caindo o aeroplano sobre o Tejo, a uns 50 m da praia de Pedrouços, em frente do paredão que fica ao lado da Torre de Belém. Ao bater na água, a hélice quebrou longitudinalmente até ao eixo. Os aviadores foram recolhidos em barcos e o aparelho rebocado para terra por meio de cabos, sem outras avarias. À tarde foi desmontado e transportado para o hangar. E assim terminou o último voo do Avro "República", que tinha durado 1h15m. Em seguida foi o aeroplano completamente desmontado e encaixotado, recolhendo a Inglaterra o engenheiro Roe e o piloto Perry e ficando apenas em Lisboa o mecânico Sayers. Não há noticia de ter voado novamente, tendo sido colocado em Vila Nova da Rainha.(Crédito História da FAP de Edgar Cardoso e Revista do ACP)
Notícia no jornal "A Capital" de 17 de Outubro de 1912.
Como relatado no livro "Avro Aircraft since 1908".




Fotos de protótipos e diagrama do Avro 500 tipo E, que foi construído por encomenda do War Office, baseado no Avro Duigan, tendo sido inicialmente designado "Biplano Militar 1". (Crédito Avro Aircraft since 1908). Ver a sua história e caracteristicas aqui.

Fotos do Baú - OGMA anos 60




Algumas das fotos enviadas pelo Cantiga junto dum C-54 no Hangar 8.

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terça-feira, fevereiro 17, 2009

Efeméride - Gago Coutinho



Carlos Viegas Gago Coutinho nasceu em Lisboa a 17 de Fevereiro de 1869 e faleceu na mesma cidade a 18 de Fevereiro de 1959. Em 2009, celebram-se os 140 anos do seu nascimento e os 50 da sua morte. O almirante marinheiro e geógrafo, distinguiu-se sobretudo por ter feito a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, em 1922. Oiça aqui a emissão especial de Ana Aranha e veja o video aqui. Ou ainda o nosso PR aqui.
A equipa do «raid» Lisboa-Madeira: Sacadura Cabral, Gago Coutinho, Ortins Bettencourt e R. Soubiran em 1921.
Manobrando em frente do Funchal no «raid» Lisboa-Madeira, em 22 de Março de 1921. Foi utilisado um Hidro nº 408 Felixstowe F.3, com uma distância percorrida de 530 milhas em 7h 40m de voo.
O «Fairey III D-Mk.2, "Lusitânia" em frente do Centro de Aviação Naval do Bom Sucesso, antes de partir para histórica travessia do Atlantico Sul. Este avião voou até Penedos, onde naufragou.
Preparando a largada do Tejo.
Descolagem do hidroavião «Fairey III D» Lusitânia junto à Torre de Belém, a 30 de Março de 1922.
Ao amarar na baía de Guanabara, pelas 17h 32m de 17 de Junho de 1922, Gago Coutinho faz as «salvas da ordenança». Este «Fairey III D nº17 foi baptizado «Santa Cruz» após a chegada ao Rio de Janeiro.

Gago Coutinho na baía de Guanabara em 17 de Junho de 1922. Aviões utilizados: 3 Hidroaviões «Fairey III D» equipados com motores Rolls Royce Eagle. Distância percorrida: 4367 milhas (Lisboa-Rio de Janeiro) Total de horas de voo: 60h 14m. Horas voadas sem ver terra: 36h 44m.
O Hidroavião «Fairey III D» nº 17 "Santa Cruz" que concluiu a travessia do Atlantico Sul, exposto no Museu da Marinha, em Lisboa. Tinha sido enviado de Lisboa a bordo do cruzador «Carvalho Araújo», partindo da ilha Noronha em 5-6-1922 e chegando ao Rio em 17-6-1922, com escalas em Recife, Salvador, Porto Seguro e Vitória.

Gago Coutinho e Jorge de Castilho comparando o sextante português com o sextante americano utilizado pelo comandante Byrd, em 1927 no Rio de Janeiro.
1922 - O «astrolábio de precisão» de Gago Coutinho.

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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Noticias diversas

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Aviões da AM - Caudron G-3


De construção francesa, o Caudron G-3 foi amplamente utilizado na 1ª Guerra Mundial como avião de reconhecimento. Era um biplano, com asas parecidas com barbatanas e equipado com um motor rotativo de 80 HP Gnome-Rhône. O Caudron G-3 não tinha ailerons, mas sim deformadores de curvatura de asa que actuavam pelo movimento lateral do manche, semelhante ao princípio usado pelas aves. Para manter a estrutura das barbatanas, cabine e fuselagem, era todo envolvido por uma armação de madeira, sendo necessários 78 cabos de aço, tipo corda de piano. O motor era do tipo rotativo, que girava conjuntamente com a hélice e que causava bastante trepidação. Para evitar tonturas nos pilotos e tripulante, o motor era envolvido por um capot que o fazia parecer muito maior. Ver voo de Caudron G-3 em 2008.

Réplica do Caudron G-3 no Museu do Ar em Alverca.
Nos fins de 1916 dois Caudron G-3 foram adquiridos para a Aviação Milititar de Portugal, juntamente com cinco Maurice Farman F40 e um Morane Saulnier tipo H, para reforçar o contingente Maurice Farman que estava sendo usado no primeiro curso de treino em Portugal, que começou em 1 de Outubro de 1916 na Escola de Aviação Militar em Vila Nova da Rainha. A Esquadrilha Mista do Depósito, criada em 1918, primeiro estacionada em Alverca e depois deslocada para Tancos em 1919, foi inicialmente equipada com 2 Caudron G-3. Em 1920, a Escola da Aviação Militar mudou para Sintra, bem como os seus Caudron G-3.

Caudron G-3 em Vila Nova da Rainha. Alferes Dias Leite, capitão Santos Leite, major Cifka Duarte, jornalista Acúrsio Pereira, capitão Ribeiro da Fonseca, capitão Carlos Beja e sargento ajudante João Santos. (Crédito Mais Alto)
Os seis Caudron G-3 que Portugal adquiriu de França iriam reforçar o Esquadrão Expedicionário de Angola em 1921, para onde tinha sido enviados nove bimotores Caudron G-4 em Outubro de 1918 aquando da formação da Esquadrilha Inicial Colonial, sediada na Humpata no distrito da Huila, para fazer a ofensiva contra os alemães no sul de Angola, durante o período da I Grande Guerra Mundial. Em 1921 foi redesignada como Grupo de Esquadrilhas de Aviação de Angola, equipado com a esquadrilha dos Caudron G-4 e também outra Esquadrilha com 12 Breguet 14 A2, entretanto mudada para a cidade de Nova Lisboa (actual Huambo). O Grupo recebeu em 1922 alguns Caudron G-3 construídos no PMA – Parque de Material Aeronáutico, tendo sido desactivado em 1923. Foi num Caudron-G3 que Emílio de Carvalho fez um circuito pelo norte de Angola, ligando pela primeira vez Luanda, Ambriz, Ambrizete e Susaire.

Emilio de Carvalho ao centro com pessoal mecânico, de Esquadrilha Expedicionária de Angola, junto a um Caudron G-3 (Huambo 1923) (Crédito Edgar Pereira Cardoso)
O comandante L. Cunha e Almeida e o tenente Pinho da Cunha junto a um Caudron G-3 (Huambo 1923). (Crédito Edgar Pereira Cardoso)

Um dos nove bimotores Caudron G-4, aquiridos por Sacadura Cabral em França nos finais de 1917, destinados à Esquadrilha Expedicionária de Angola, fotografado em Vila Nova da Rainha.

Caudron G-3 de origem francesa, com Sacadura Cabral no posto de pilotagem. Quando era pilotado "a solo", este ocupava o posto traseiro. (Crédito J.S.Pereira)
Caudron G-3 em Sintra, mostrando uma pintura camuflada - tal como usado pelos franceses durante a 1ª guerra mundial - indicativo da sua origem francesa. (Crédito Cor. Pinheiro Correia)
Caudran C-59, único avião de treino adquirido pela Aviação Militar, para efectuar provas de voo para selecionar o avião de instrução báisca em 1923. Foi dado preferência ao AVRO 504-K. (Crédito EMFA)
O Caudron G-3 tornou-se famoso em Portugal, principalmente porque se tornou o primeiro avião a ser construído sob licença no país, a partir de 1922 no Parque de Material Aeronáutico (mais tarde Oficinas Gerais de Material Aeronáutico). Entre 1922 e 1924 foram construídos 50 Caudron G-3. O primeiro da série foi chamado “Andorinha”. Estes aviões tinham motores Le Rhone R-9-C de 80 cavalos e foram básicamente utilizados para treino de pilotos até 1933, quando começou a ser substituído pelo Tiger Moth.
Um avião Caudron G-3 no Campo da Aviação da Amadora.

Técnicos e operários que construíram o 51º Caudron G-3 (réplica) nas OGMA em 1968, expressamente para o 50º aniversário das OGMA.

Técnicos e operários que construíram o 1º Caudron G-3 nas OGMA em 1922.


A réplica do Caudron G-3 nas OGMA, antes de seguir para o Museu do Ar.

O Caudron G-3 (réplica) durante as comemorações do 50º aniversário das OGMA, em 1968.
Revista Windsock Datafile 94 sobre o Caudron G-3.