Aviões da AM - Junkers Ju-86

Em 1934, foi realizado o primeiro voo do protótipo do avião bombardeiro Ju-86, produzido pela Junkers Flugzeug und Motorenwerke AG, encomendado pelo Governo Alemão, cujo modelo abandonou o revestimento corrugado e adoptou um trem retráctil. Só em fins de 1935, depois de várias versões experimentadas, foi iniciada a sua construção, tendo posteriormente sido utilizado na Guerra Civil de Espanha em 1937, na sequência da qual sofreu novas alterações. Sendo pouco usado durante WWII, durante a qual sofreu novas alterações, nomeadamente ao nível dos motores, acabou por ser um avião de transporte civil pouco atractivo e um bombardeiro pouco eficaz.

De Abril a Maio de 1938 foram recebidos pela Aeronautica Militar, vindos da Alemanha, dez bimotores Junkers J-86 K-7, versão militar de exportação, os primeiros dotados com trem de aterragem escamoteável e que tomaram as matrículas nº 251 a nº 259. Estes aviões destinados a constituirem duas Esquadrilhas de Bombardeamento Diurno (EBD) na OTA, com cinco aviões cada, ficaram temporáriamente em Alverca, tal como os Junkers Ju-52, sendo aumentados à carga da nova unidade, em 25 de Agosto de 1938.

A actividade dos Ju-86 foi muito limitada devido à falta de pilotos, escassez de combustivel e de peças sobressalentes, como causa das restrições impostas pela II Guerra Mundial, sendo os voos realizados de curta duração e estritamente necessários para a manutenção dos aviões. Em 15 Fevereiro de 1941, durante o ciclone que assolou a região de Lisboa, o Ju-86 nº 257 foi danificado pela queda do telhado dum hangar da Base de Sintra, assim como outros aviões. Em 1944 os nove Ju-86 restantes foram reunidos na esquadrilha nº2 do GBD, numa altura em que grande dos pilotos da esquadrilha foram desviados para o Bristol Bleinhem, recentemente chegados à base da OTA. Após o fim da Guerra Mundial foi iniciada a formação de novos pilotos de Ju-86, mas a maior parte destes pilotos passaram para os Junkers Ju-52/3M ou ingressaram na aviação civil. Em 11 Julho 1945, ocorreu um acidente em voo com o Ju-86 nº 256, que se despenhou e incendiou, tendo os seus tripulantes sobrevivido. A actividade destes aviões foi retomada em 1946 com voos de ensaio, que se manteve até final 1947. Em 1948 e 1949 só os aviões nº 254 e nº 260 voaram devido a falta de peças e em 1950 só o nº 260 estava em condições de voo, tendo no dia 18 de Janeiro de 1951 sido realizado o seu último voo. Foram oficialmente abatidos à carga em 30 de Setembro de 1951. (Crédito: "Aviões da Cruz de Cristo" e "Aeronaves Militares Portuguesas")

Desenho do Junkers Ju86 com a matricula º253.